sexta-feira, 24 de outubro de 2008

2º Turno das Eleições Municipais no Rio de Janeiro

Posicionamento do Partido Humanista para o

2º Turno das Eleições Municipais no Rio de Janeiro.

"Não existe mal menor"

O Partido Humanista do Brasil, que concorreu às últimas eleições em filiação democrática junto ao PCB, vem a público declarar que apóia, para o segundo turno das eleições municipais do Rio de Janeiro, o voto nulo.

Por que votar nulo?

- Porque nenhum dos candidatos apresenta propostas progressistas, que realmente estejam preocupadas em realizar uma mudança profunda na cidade do Rio de Janeiro;

- Porque ambos os candidatos recebem apoio de setores retrógrados, neofacistas, neoliberais, que não estão preocupados com o bem-estar da população. Apoiar Eduardo Paes é apoiar o governador Sérgio Cabral e sua política de caveirões e UPAs.

Apoiar Fernando Gabeira é fortalecer os setores ultra-conservadores que estão do seu lado no segundo turno, como o DEM. Apoiar a ambos é apoiar a privatização da educação, presente nos dois planos de governo;

 - Porque o PH apóia a criação de uma frente de esquerda ampla, com pessoas, organizações e partidos que efetivamente queiram construir uma sociedade na qual a preocupação central seja o ser humano, e não o capital ou o poder; 

- Porque votar nulo não é se abster, ficar em cima do muro ou deixar o candidato "pior" ganhar: em uma eleição em que não há "o mal menor", votar nulo é protestar contra essa forma antiga de fazer política, que deixa a maioria da população nas mãos dos poucos que controlam a mídia e o capital, forma essa que o PH repudia.

Propomos, ao contrário, a democracia direta, descentralizada e ampla, onde as pessoas podem ser verdadeiramente ouvidas e participar ativamente das decisões que afetam sua vida.

Reflexão no Sabado 25 /10 e Transmissão video Silo

Próximo dia sabado 25/10 vamos projetar o mais recente material do Silo em vídeo a partir das 14 horas. São conferências sobre temas fundamentais, veja abaixo o convite com a Capa do DVD.

No mesmo dia também haverão outras atividades: de manha: dia de reflexão aberta a todos. A tarde: queima de pedidos, projeção e cerimonias.

Assim vamos criando a tradição juntando amigas e amigos no Parque no último sábado do Mês.


Fotos do Fórum Humanista Europeu

Fotos do Fórum Humanista Europeu
Humanist European Forum


Opening ceremony, ceremonia de apertura, ceremonie de ouverture:

http://www.flickr.com/photos/8661665@N02/sets/72157608298277342/


Worktables and conferences, mesas de trabajo y conferencias, tables de travail et conferences:

http://www.flickr.com/photos/8661665@N02/sets/72157608298545878/

General impressions and closure, impresiones generales y clausura, impressions generales et cloture:

http://www.flickr.com/photos/8661665@N02/sets/72157608299547578/


















Fotos de Paudalho - Encontro Policêntrico pela Paz e Não-Violência

Fotos tiradas ontém do Encontro Policêntrico realizado em Paudalho/PE, 1h30 de Recife, para a Promoção da Marcha Mundial no Nordeste.
Estiveram presentes no encontro, cerca de 2300 pessoas, que teve uma Marcha pela cidade com várias escolas e organizações, que manifestaram-se com cartazes e faixas.
Segue o link:

APOSENTADORIAS: MELHOR O ESTADO DO QUE A APOSTA FINANCEIRA

Desde a sua implementação na era menemista, os Humanistas sempre denunciamos o saque que significavam as AFJP. Porque por uma parte ficavam com 30% das economias dos trabalhadores em conceito de comissões por administrá-las, e por outra parte as administravam mal.
Hoje no mundo inteiro ficou claro como os bancos especulativos administram as economias da gente, eles são os principais responsáveis, junto dos governos neoliberais, do atual desastre.


É por esse motivo que apoiamos a iniciativa do governo argentino de que o Estado volte a ser quem administre os aportes das aposentadorias. Sabemos que houve épocas nas quais os governantes faziam um uso irresponsável de tais fundos; mas o Estado sempre estará, e o povo tem a potestade de escolher os governantes e o direito de controlar sua gestão. Enquanto que nunca o povo teve ocasião de escolher nem controlar aos depredadores que se refugiam no direito da "livre empresa", e depois quebram e desaparecem.


As AFJP foram desenhadas para gerar um negócio leonino para os bancos, e um mercado de capitais para a especulação financeira, e não para o investimento produtivo.


Seguramente que nestes dias veremos a todos os neoliberais que conduziram o país nos 90 se opor a esta iniciativa do governo, e também aos obsequentes defensores do Poder Econômico, hoje disfarçados de "opositores progressistas".


Mas, para os Humanistas fica claro que esta iniciativa deve ser aprovada no Congresso, de modo tal que se garanta a economia dos trabalhadores e que os excedentes financeiros do sistema sejam usados para promover a produção, em lugar da especulação.


Mas esta é uma primeira medida para salvaguardar aos argentinos da crise internacional. Depois devêssemos avançar para a criação de Bancos estatais sem Juros que substituam o sistema financeiro privado. Deve-se iniciar uma reforma tributária que garanta a redistribuição da riqueza e o reinvestimento produtivo dos lucros empresariais. Deve-se proteger a indústria nacional, no marco de acordos regionais. E para proteger às pessoas e potenciar o mercado interno, se deve criar um verdadeiro subsídio ao desemprego que cubra a cesta básica.

Definitivamente, se deve avançar para uma Economia Mista, na qual o ser humano seja o valor central.


Guillermo Sullings

Porta-voz do Humanismo na Argentina

Bs As, 21 de outubro de 2008

Tomás Hirsch e o projeto argentino

"Respaldamos uma medida sólida, sábia e orientada a defender aos trabalhadores" - Santiago, 23 de outubro

O governo da Argentina administrará os fundos de pensão dos trabalhadores mediante uma lei de estatização. O do Brasil autorizará a compra de ações com fundos públicos por parte do Estado a instituições privadas. E o Chile? "O Chile é o país que nas suas políticas econômicas e sociais mais fortemente defende os interesses dos grandes capitais", diz o porta-voz humanista.

Há poucos dias a Presidenta da Argentina, Cristina Fernández, enviou ao Congresso um projeto para traspassar os fundos das AFJP ao Estado. Isto para defender a aposentados e pensionados da crise financeira atual porque, segundo suas palavras, a criação das administradoras privadas foi "um saque". Frase que foi cunhada pelo Partido Humanista argentino, que apoiou a iniciativa do Governo assinalando aos meios transandinos que "Os humanistas sempre denunciamos, desde a sua implementação na era menemista, o saque que significavam as AFJP".

Tomás Hirsch respalda completamente a medida efetuada pelo governo vizinho, e em conseqüência o apoio desde o humanismo: "O PH argentino foi o primeiro a colocar a necessidade de estatizar as AFP, para garantir aos trabalhadores aposentadorias justas de acordo às expectativas que ficam depois de trabalhar quarenta anos (…) Respaldamos uma medida sólida, sábia e, sobretudo orientada a defender aos trabalhadores".

Por outro lado, o governo brasileiro autorizou por decreto ao estatal Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal para comprar ações e participações em instituições financeiras privadas, sobretudo em matéria de seguros, previdência social e fundos de investimento. "O Brasil o está fazendo porque é o caminho a seguir. O caminho mais responsável e que prioriza a essência dos trabalhadores por sobre o capital", disse Hirsch.

Singular é a posição do Chile ante o processo que estão levando os países da região, sobretudo ao fechar a possibilidade de estatizar setores econômicos. O porta-voz regional é claro: "No Chile os que têm o poder são os donos dos grandes capitais, e o Governo segue as instruções desses setores ao pé da letra. Não esqueçamos que o Chile foi o promotor, impulsionador e exportador do modelo neoliberal para toda a América Latina".

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Vídeo do Ato pela Não-violência em Curitiba

Vídeo do Dia da Não-violência em Curitiba

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Spot Marcha Mundial pela Paz e Não-violência

SPOT para a divulgação da Marcha Mundial pela Paz e Não Violência

Dia da Nao-violencia no KENYA

some photos and informations about different functions that took place in Kenya on the 2nd of October, the International day of Non violence. Humanists in Kenya have organised celebrations in 6 different places in Kenya and all events were very succesfull - with many people partecipating and some articles in the media.

Fotos dos Atos pela Paz no Mundo

As fotos dos atos pela Paz e a Não-Violência realizados em mais de 100 cidades no mundo (incluindo Curitiba, Olinda, Rio e São Paulo) neste 2 de Outubro estão neste link:
 

Fotos dos Atos pela Paz no Mundo

As fotos dos atos pela Paz e a Não-Violência realizados em mais de 100 cidades no mundo (incluindo Curitiba, Olinda, Rio e São Paulo) neste 2 de Outubro estão neste link:

02 de outubro em Olinda - PE

link das fotos da celebração do 02 de outubro em Olinda.
 
Foram 02 momentos:
 
- De manhã na Secretaria da Educação com a presença de 40 educadores da rede municipal, onde foi exibido o vídeo da história da Não-Violência, outro vídeo com os tipos de violência e o debate: Como cosntruir uma revolução não-violenta através da minha realidade local(escola, bairro)
 
- Pela tarde: o ato do símbolo humano, em formato de ciranda contou com 300 pessoas (uau!!!). A maioria crianças da rede pública.
Com grupos de maracatú e também uma orquestra celebramos esse dia tão especial.
Todos celebramos de mãos dadas.
 
Marcha Mundial
 
Em todos os momentos promovemos a Marcha Mundial pela Paz e Não-Violência e a receptividade foi sensacional.
Fomos procurados por jornais mais para falar da Marcha que o 02 de outubro.
 
Imprensa
 
Atingimos os maiores veículos de comunicação escrita  de  Olinda e Recife.
Tivemos entrevista na segunda maior emissora da região (SBT) e no programa de maior audiência de Recife e Olinda(Bronca Pesada)Seguem os links. O arquivo da entrevista pegaremos na emissora e circularemos nos próximos dias.
 
  • :: Pernambuco.com :: Últimas, diversão, oportunidades, pe.cão ...

    Atividades em Olinda marcam Dia Internacional da Não Violência. Para marcar o Dia Internacional da Não Violência, o Movimento Humanista Mundo sem Guerras ...
  •  
  • Olinda Hoje: OLINDA DARÁ UM GRITO PELA PAZ

    1 Out 2008 ... O ato servirá para comemorar o Dia Internacional da Não Violência. Em mais de 300 cidades em todo o mundo serão realizados eventos ...
    olindahoje.blogspot.com/2008/10/olinda-dar-um-grito-pela-paz.html
  •  
  • Prefeitura de Olinda
    Marcha Mundial pela Paz e Não-Violência chega a Olinda ... 01/10/2008: Olinda comemora Dia Internacional do Idoso. 01/10/2008: Prefeitura entrega primeira ...
     
  • 2 de outubro Dia Internacional da Não Violência » iTEIA

    21 Set 2008 ... 2 de outubro Dia Internacional da Não Violência. da redação ... Paulo/SP Rio de Janeiro/RJ Curitiba/PR Olinda/PE Coreto do Parque do Carmo, ...
     
  • Folha de Pernambuco Digital

    2 Out 2008 ... Marcha Mundial pela Paz e Não-Violência chega a Olinda ... quinta-feira (02) uma ato em comemoração ao Dia Internacional da Não Violência. ...
     
  • 2 de outubro: Dia Internacional da Não Violência « JUSTIPAZ ...
    Outras Atividades em Olinda, 09h - Vídeo debate - Secretaria da Educação, Rua XV de novembro, 181. Contato: Cristiane Prudenciano - cricaprudenciano@gmail. ...
     
    No dia 2 de outubro celebramos em todo o mundo o *Dia Internacional da Não Violência* por resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas. ...
     
    JC ONLINE - Pernambuco- Notícias - Marcha Mundial pela Paz e Não ...
    Em comemoração ao Dia Internacional da Não Violência, o Movimento Humanista Mundo sem Guerras, a Equipe Brasileira da Marcha Mundial pela Paz e ...
     
    Marcha Mundial pela Paz e Não-Violência chega a Olinda Movimento deseja aproveitar a data para reunir milhares de pessoas de todo mundo que acreditam no não ...
  • Dia da Não-Violência em New York City

    Para el 2 de Octubre, nos juntamos mas que 100 en la estatua de Gandhi
    que esta en Union Square en NY City para celebrar el Dia Internacional
    de la No-Violencia. Habia musica, poesia, anuncios sobre la Marcha
    Mundial, charlas por varios, uno enfatizando la violencia economica y
    finalizamos el act formando el simbolo de la noviolencia. Hizimos el
    evento con el apoyo de la Federacion de Asociaciones de la India y
    have varios medios Asiaticas que cubrieron el evento. Durante los 2
    horas, mucha gente pasaron, escucharon atentamente y tomaron
    informacion o quedaron hasta el final. Varios estan interesado en la
    participacion de la march y tambien vamos a seguir reuniendo con la
    Federacion quien es responsable para la Parada de la India que se hace
    en NY con 80,000. Tambien conocimos gente interesadas en contactar
    nuestros amigos en la India.

    http://flickr.com/photos/marniebat/sets/72157607680563090/
    http://flickr.com/photos/humanistmovement/sets/72157607728248156/

    Video del 2 de octubre en Malaga

    video de la actividad del 2 de Octubre en Málaga
     
     
     
     

    2 de Octubre Sucre, Bolivia

    En la capital constitucional de Bolivia, se realizaron dos actividades, destacandosé la amplia difusión en Tv., radio y prensa, que nos abrieron las puertas con muuucho interés y amabilidad. Esperamos que la participación de la gente en estos eventos vaya creciendo cada vez más.

    2 de Octubre
    9:00 a 14:30 Feria con organizaciones, Presentación de un grupo de hip hop, formación de signo y pedido. Existe un video en:
    http://www.youtube.com/watch?v=dvSR3GgWMD0

    1, 2 y 3 de Octubre
    Mural por la No-Violencia. Existe un video del inicio de la pintada en:
    http://www.youtube.com/watch?v=oaL84KSXt_I

    Fotos:
    Ver álbum
     
    2 de Octubre Sucre - 2008
    Sucre, Bolivia -
    02-oct-2008
    de Danielcuac

    2 de octubre en Buenos Aires

     
    fotos y un video del 2 de octubre en Buenos Aires.

    http://picasaweb. google.es/ tenetor1/ 2DeOctubre2008Ob elisco#

    http://www.youtube. com/watch? v=UELvxhfr- -8&fmt=18

    Vídeo do 02 de Outubro em São Paulo

     
    Vídeo do 02 de Outubro em São Paulo

    Dia da não-violência na praça Mahatma Gandhi - Rio de Janeiro

    Fotos da celebração do dia internacional da não-violência na praça Mahatma Gandhi - Rio de Janeiro/RJ
     
    2 de outubro 2008
    Cinelândia, Rio de Janeiro -
    02/10/2008
    de Andre
    celebração do dia internacional da não-violência na praça Mahatma Ghandi

    Dia da Não-violência na Venezuela

    nota no jornal na Venezuela pelo 2 de outubro. 

    Dia da Não-violência em Porto Alegre

    Aqui em Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul Brasil, sintonizados com os humanistas de todo o mundo O Movimento Humanista – MH,  celebramos o dia internacional da Não-Violência (02 de outubro/08) com a realização do vídeo-oficina sobre o tema da Não-Violência" na Escola Pública Estadual Alvarenga Peixoto, localizada na Ilha Grande dos Marinheiros – Porto Alegre. Tivemos a participação de cerca de 30 pessoas entre professores e estudantes.

    A Ilha Grande dos Marinheiros é uma das regiões mais pobres, mais violentas e violentadas da cidade de Porto Alegre, nesta ilha foi filmado o polêmico documentário  "Ilhas das Flores". 

    Este evento inaugurou um programa do MH de continuidade e multiplicação dessa atividade "vídeo-oficina sobre o tema da não-violência" que será realizada em várias escolas, universidades e entidades comunitárias etc. da grande Porto Alegre até o início da Marcha Mundial pela e Paz e pela Não-Violência em outubro 2009, como forma de contribuir para difusão da Marcha Mundial pela e Paz e pela Não-Violência e do Novo Humanismo.

    Fotos - ato 2 de outubro - Dia Mundial da Não-violência - São Paulo

    Seguem as fotos do ato realizado ontem para celebrar o dia 2 de outubro, dia mundial da Não-violência.

    Pudemos esclarecer muitas pessoas sobre a necessidade da Não-violência Ativa, levantando a inspiração e a atitude que anima a paz, a força e a alegria tão importantes para a vida de todos nós e para um mundo verdadeiramente humano.
    Divulgamos tb a 1º Marcha Mundial pela Paz e pela Não-violência que começa daqui 365 dias , no dia 2 de outubro de 2009, e percorrerá todo planeta, pedindo o fim das guerras, das armas nucleares e de todo tipo de violência.
     
    Foi um dia inspirador. Confiram as fotos!
     

     

    Dia da Não-Violência em Paris

    A Força da Não-violência

    Fórum Humanista Europeu
    A força da Não-violência
    Milão, 17-19 de outubro de 2008

    Palavras de Giorgio Schultze
    Porta-voz europeu do Novo Humanismo


    Queridos amigos,
    Quero compartilhar com vocês algumas reflexões de quem teve a sorte de atravessar este mundo e de viver esta época extraordinária para a humanidade.

    São inegáveis os progressos alcançados nesta região em algo mais de um século e meio de história, assim como são inegáveis as lacerações, os sofrimentos, as violências padecidas e infligidas.

    Não há dúvida que um sistema, democrático só formalmente, que se sustenta graças à iniqüidade e à desproporção na distribuição da riqueza, que mina na base os fundamentos da coesão social, nega os direitos fundamentais das pessoas como a saúde, a educação e uma velhice serena, que engendra todo tipo de discriminação e racismo, que esgota seus recursos e envenena o meio ambiente, antes ou depois está destinado ao fracasso.
    A queda das Bolsas e a quebra dos mercados financeiros são o indicador mais evidente e completo de uma crise estrutural de época que há anos se vislumbra no horizonte.

    Se fôssemos um pouco cínicos ficaríamos na janela a observar "o desastre" produzido por quem se sentiu um triunfador e portador de um modelo imperial "globalizante" e esperaríamos com serenidade a conclusão desta louca corrida.

    Mas como cidadãos deste mundo, estamos profundamente preocupados porque não está claro que a resposta e a saída à crise vão na direção esperada.

    Preocupa-nos que a resposta a esta crise econômico-financeira e aos transbordes sociais que inevitavelmente ela provocará (e que já está provocando) em vez de transformar-se em eqüidade e justiça social e em re-equilíbrio ambiental e redistribuição dos recursos, se transforme em chantagem armada contra a população.

    Preocupa-nos que as fontes energéticas e os recursos hídricos, ao invés de serem tutelados e protegidos como "bens comuns da humanidade", sejam controlados e ameaçados com um arsenal nuclear capaz de fazer "saltar" o planeta 25 vezes. Mas não basta uma só?

    E quem é que poderia parar o dedo de quem a "modo de prevenção" tivesse que decidir provocar uma mini-catástrofe nuclear, também só "demonstrativa"?. Nesta guerra, como em todas as guerras, não haveria vencidos nem vencedores, mas somente mortos. E como disse Gandhi: " que diferença faz para um morto se a louca destruição é forjada em nome do totalitarismo ou sob o sagrado nome da liberdade e a democracia?"

    Como podemos desarmar as cabeças nucleares agora? Como podemos desativar a violência? Em que imagens podemos nos inspirar em um momento tão difícil, onde tudo se apresenta tão acelerado que parece que não houvesse mais tempo para pensar, sentir e atuar em forma coerente, em forma "não-violenta"?
    Como poderemos começar a dar respostas diferentes nós "civilização ocidental"; que desde o Código de Hammurabi (18° século a.C.) consideramos a vingança e o castigo como as únicas formas de justiça, e nos alimentamos do princípio "olho por olho, dente por dente" ou "mors tua viatea mea".
    Com este modo de ver o mundo, com esta tensão de fundo na estrutura das relações com os outros, como poderemos reorganizar a sociedade, a economia, a política desta região, baseando-nos em princípios de solidariedade, subsidiaridade, cooperação e reciprocidade?

    Há séculos, as tribos Bantú, Zulu, Xhosa transmitem de pai para filho o conceito do "Ubuntu": "a união universal que une à humanidade inteira ", um tipo de rede invisível que sustenta a vida, onde todos nós estamos incluídos e o princípio de conduta que dele se deriva: "umuntu ngumuntu ngabantu": "você é através dos outros".
    Se alguém maltrata, fere, mata a outro, irrita, lacera o Ubuntu. Por sua vez o maltratado não pode, por vingança, raiva ou desespero, maltratar, ferir ou matar, porque atuando assim laceraria mais a ferida. "Ele terá que fazer algo para ajudar-se a si mesmo e ao outro, para assim reparar o Ubuntu."
    Um princípio parecido àquele indicado no Talmud, o Texto Sagrado dos Judeus, assim como no Alcorão, texto sagrado do Islã: "Quem quer que destrua uma só vida é tão culpado como se tivesse destruído o mundo inteiro, e quem quer que salve uma só vida tem tanto mérito como se tivesse salvado ao mundo inteiro."
    Um princípio na base de todas as religiões e culturas universais, do hinduismo do Mahabarata, ao Cristianismo do antigo Testamento, de Confúcio a Buda, de Sêneca a Voltaire. Uma regra, a Regra de ouro, "trata aos demais como quer ser tratado"que se de veras fora aplicada até suas últimas conseqüências representaria essa revolução de época, do "Novo Humanismo" ao que aspiramos.
    Uma concepção não punitiva mas reparadora, uma ação não vingativa mas de reconciliação, atos não contraditórios mas unitivos e válidos dirigidos a outros e que no final nos "premiam" a nós mesmos.

    Para que a não-violência possa triunfar, além dos princípios de condutas e as ações precisaremos de outro atributo: a Verdade.

    Muito do que ocorreu neste último século de história humana se desenvolveu baixo a insígnia deformável da mentira, da manipulação da informação, da criação de medos coletivos para fomentar a reação cega, ou pior ainda, para remover a esperança.

    Retomando o que disse Zaratustra, há mais de 3.000 anos ("Pensa bem, faça boas ações, diga a verdade"), Gandhi nos ensinou o Satyagraha, palavra composta, que deriva do sânscrito (satya = verdade) e graha (agarrar-se fortemente). Agarrar-se fortemente à "verdade", para poder sustentar o Ahimsa, a não-violência.
    É esta a mais alta e difícil missão da ação não-violenta: levar a verdade à luz e rasgar o manto tenebroso da mentira, criar consciência.

    Muitas pessoas, também aqui presentes, nos ensinaram, no momento do luto e do drama da perda violenta de uma pessoa querida, que o que leva à justiça não é a vingança mas a busca da verdade. Elas demonstraram que a justiça não tem um sentido pleno só no respeito formal dos Códigos, mas, sobretudo, ela dará à consciência o sinal de que se pode abrir um caminho para a reconciliação.

    Como fez o pai palestino a quem assassinaram o filho de 10 anos, quando decidiu doar os órgãos de seu filho para cinco crianças hebréias a quem salvou a vida, depois de ter passado três noites de tormentos e agonia, em pleno contraste com os "códigos" de sua comunidade e da comunidade "hostil".
    Como fez a mãe do soldado hebreu assassinado no Líbano, ao achar o sentido da vida e abrir, em um pequeno local da fronteira, um hospital para curar crianças palestinas com médicos israelenses, derrubando os muros entre os extremos e nas consciências.

    Como fizemos com alguns jovens da república Tcheca e da Itália, com manifestações e greves de fome para revelar ao mundo um projeto secreto de morte como é o escudo espacial americano.

    Como está fazendo um grupo de garotos de Palermo, que construíram, até agora, quatro creches e escolas multiétnicas, para ensinar que o diálogo entre as culturas é possível e necessário ou que é possível dizer: adeus chantagem!.

    Sabemos que a ação não-violenta necessitará de muita coragem e de persistente paciência.

    Este caminho para a não-violência não surge espontaneamente, tal como não surge espontaneamente o caminho para a reconciliação. Ambas demandam uma grande compreensão e que se introduza dentro de cada um de nós a repugnância física e mental da violência.

    A humanidade, o ser humano, cada pessoa necessita superar a dor e o sofrimento, necessita encontrar novos caminhos de reconciliação, necessita experimentar compaixão frente a quem se acha em dificuldade, necessita achar o sorriso pensando no futuro.


    De que falarão as Crianças de Ubuntu quando cheguem a ter nossa idade?
    Ainda de discriminação e racismo?
    Ou falarão como Construtores e Embaixadores da nação humana universal?

    Os ideais de um mundo não se iniciam por decreto, mas com a prática, no empenho cotidiano, nos âmbitos onde nos toca viver e trabalhar e nos quais cada um tem que lutar para conseguir mudanças positivas.

    É necessário um salto de consciência, uma mudança da época, conceber a nós mesmos e ao mundo que nos circunda como uma estrutura única, uma rede invisível que nos une.

    Uma rede invisível que une quem vive, quem nos precedeu e quem teve a coragem de abrir o caminho e a paciência para esperar-nos neste cruzamento da história.

    Estamos no ponto de iniciar a cumprida Marcha pela Paz e a Não-violência!

    Tu e eu atravessaremos o Mundo com uma mensagem de Nova humanidade.
    Tu e eu atravessaremos este mar, com os navios construídos com tenacidade e intencionalidade.
    Tu e eu atravessaremos descalços as frias cadeias montanhosas para nos acharmos nas acolhedoras Cidades dos Construtores de Paz.
    Tu e eu iluminaremos esta infinita noite da Pré-história Humana, com as tochas da paciência e as fogueiras da coragem, em espera do alvorecer de uma verdadeira, nova História Humana.
    Já muitos estão esperando-nos: Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Henry David Thoreau, Leão Tolstoy, Albert Einstein, Betty Williams e Mairead Corrigan, Patrice Lumumba, Nelson Mandela, Aung San Suu Kyi, Rigoberta Menchú...

    E muitos outros estão alcançando-nos com suas bandeiras de Esperança, movidas pelo suave alento da Liberdade.

    E como me disse Silo faz pouco tempo: "Não temas. Ama a realidade que constróis e nem sequer a morte deterá teu vôo".

    A Força da Não-violência

    Palavras de Giorgio Schultze
    Porta-voz europeu do Novo Humanismo

    Fórum Humanista Europeu
    A força da Não-violência
    Milão, 17-19 de outubro de 2008


    Queridos amigos,
    Quero compartilhar com vocês algumas reflexões de quem teve a sorte de atravessar este mundo e de viver esta época extraordinária para a humanidade.

    São inegáveis os progressos alcançados nesta região em algo mais de um século e meio de história, assim como são inegáveis as lacerações, os sofrimentos, as violências padecidas e infligidas.

    Não há dúvida que um sistema, democrático só formalmente, que se sustenta graças à iniqüidade e à desproporção na distribuição da riqueza, que mina na base os fundamentos da coesão social, nega os direitos fundamentais das pessoas como a saúde, a educação e uma velhice serena, que engendra todo tipo de discriminação e racismo, que esgota seus recursos e envenena o meio ambiente, antes ou depois está destinado ao fracasso.
    A queda das Bolsas e a quebra dos mercados financeiros são o indicador mais evidente e completo de uma crise estrutural de época que há anos se vislumbra no horizonte.

    Se fôssemos um pouco cínicos ficaríamos na janela a observar "o desastre" produzido por quem se sentiu um triunfador e portador de um modelo imperial "globalizante" e esperaríamos com serenidade a conclusão desta louca corrida.

    Mas como cidadãos deste mundo, estamos profundamente preocupados porque não está claro que a resposta e a saída à crise vão na direção esperada.

    Preocupa-nos que a resposta a esta crise econômico-financeira e aos transbordes sociais que inevitavelmente ela provocará (e que já está provocando) em vez de transformar-se em eqüidade e justiça social e em re-equilíbrio ambiental e redistribuição dos recursos, se transforme em chantagem armada contra a população.

    Preocupa-nos que as fontes energéticas e os recursos hídricos, ao invés de serem tutelados e protegidos como "bens comuns da humanidade", sejam controlados e ameaçados com um arsenal nuclear capaz de fazer "saltar" o planeta 25 vezes. Mas não basta uma só?

    E quem é que poderia parar o dedo de quem a "modo de prevenção" tivesse que decidir provocar uma mini-catástrofe nuclear, também só "demonstrativa"?. Nesta guerra, como em todas as guerras, não haveria vencidos nem vencedores, mas somente mortos. E como disse Gandhi: " que diferença faz para um morto se a louca destruição é forjada em nome do totalitarismo ou sob o sagrado nome da liberdade e a democracia?"

    Como podemos desarmar as cabeças nucleares agora? Como podemos desativar a violência? Em que imagens podemos nos inspirar em um momento tão difícil, onde tudo se apresenta tão acelerado que parece que não houvesse mais tempo para pensar, sentir e atuar em forma coerente, em forma "não-violenta"?
    Como poderemos começar a dar respostas diferentes nós "civilização ocidental"; que desde o Código de Hammurabi (18° século a.C.) consideramos a vingança e o castigo como as únicas formas de justiça, e nos alimentamos do princípio "olho por olho, dente por dente" ou "mors tua viatea mea".
    Com este modo de ver o mundo, com esta tensão de fundo na estrutura das relações com os outros, como poderemos reorganizar a sociedade, a economia, a política desta região, baseando-nos em princípios de solidariedade, subsidiaridade, cooperação e reciprocidade?

    Há séculos, as tribos Bantú, Zulu, Xhosa transmitem de pai para filho o conceito do "Ubuntu": "a união universal que une à humanidade inteira ", um tipo de rede invisível que sustenta a vida, onde todos nós estamos incluídos e o princípio de conduta que dele se deriva: "umuntu ngumuntu ngabantu": "você é através dos outros".
    Se alguém maltrata, fere, mata a outro, irrita, lacera o Ubuntu. Por sua vez o maltratado não pode, por vingança, raiva ou desespero, maltratar, ferir ou matar, porque atuando assim laceraria mais a ferida. "Ele terá que fazer algo para ajudar-se a si mesmo e ao outro, para assim reparar o Ubuntu."
    Um princípio parecido àquele indicado no Talmud, o Texto Sagrado dos Judeus, assim como no Alcorão, texto sagrado do Islã: "Quem quer que destrua uma só vida é tão culpado como se tivesse destruído o mundo inteiro, e quem quer que salve uma só vida tem tanto mérito como se tivesse salvado ao mundo inteiro."
    Um princípio na base de todas as religiões e culturas universais, do hinduismo do Mahabarata, ao Cristianismo do antigo Testamento, de Confúcio a Buda, de Sêneca a Voltaire. Uma regra, a Regra de ouro, "trata aos demais como quer ser tratado"que se de veras fora aplicada até suas últimas conseqüências representaria essa revolução de época, do "Novo Humanismo" ao que aspiramos.
    Uma concepção não punitiva mas reparadora, uma ação não vingativa mas de reconciliação, atos não contraditórios mas unitivos e válidos dirigidos a outros e que no final nos "premiam" a nós mesmos.

    Para que a não-violência possa triunfar, além dos princípios de condutas e as ações precisaremos de outro atributo: a Verdade.

    Muito do que ocorreu neste último século de história humana se desenvolveu baixo a insígnia deformável da mentira, da manipulação da informação, da criação de medos coletivos para fomentar a reação cega, ou pior ainda, para remover a esperança.

    Retomando o que disse Zaratustra, há mais de 3.000 anos ("Pensa bem, faça boas ações, diga a verdade"), Gandhi nos ensinou o Satyagraha, palavra composta, que deriva do sânscrito (satya = verdade) e graha (agarrar-se fortemente). Agarrar-se fortemente à "verdade", para poder sustentar o Ahimsa, a não-violência.
    É esta a mais alta e difícil missão da ação não-violenta: levar a verdade à luz e rasgar o manto tenebroso da mentira, criar consciência.

    Muitas pessoas, também aqui presentes, nos ensinaram, no momento do luto e do drama da perda violenta de uma pessoa querida, que o que leva à justiça não é a vingança mas a busca da verdade. Elas demonstraram que a justiça não tem um sentido pleno só no respeito formal dos Códigos, mas, sobretudo, ela dará à consciência o sinal de que se pode abrir um caminho para a reconciliação.

    Como fez o pai palestino a quem assassinaram o filho de 10 anos, quando decidiu doar os órgãos de seu filho para cinco crianças hebréias a quem salvou a vida, depois de ter passado três noites de tormentos e agonia, em pleno contraste com os "códigos" de sua comunidade e da comunidade "hostil".
    Como fez a mãe do soldado hebreu assassinado no Líbano, ao achar o sentido da vida e abrir, em um pequeno local da fronteira, um hospital para curar crianças palestinas com médicos israelenses, derrubando os muros entre os extremos e nas consciências.

    Como fizemos com alguns jovens da república Tcheca e da Itália, com manifestações e greves de fome para revelar ao mundo um projeto secreto de morte como é o escudo espacial americano.

    Como está fazendo um grupo de garotos de Palermo, que construíram, até agora, quatro creches e escolas multiétnicas, para ensinar que o diálogo entre as culturas é possível e necessário ou que é possível dizer: adeus chantagem!.

    Sabemos que a ação não-violenta necessitará de muita coragem e de persistente paciência.

    Este caminho para a não-violência não surge espontaneamente, tal como não surge espontaneamente o caminho para a reconciliação. Ambas demandam uma grande compreensão e que se introduza dentro de cada um de nós a repugnância física e mental da violência.

    A humanidade, o ser humano, cada pessoa necessita superar a dor e o sofrimento, necessita encontrar novos caminhos de reconciliação, necessita experimentar compaixão frente a quem se acha em dificuldade, necessita achar o sorriso pensando no futuro.


    De que falarão as Crianças de Ubuntu quando cheguem a ter nossa idade?
    Ainda de discriminação e racismo?
    Ou falarão como Construtores e Embaixadores da nação humana universal?

    Os ideais de um mundo não se iniciam por decreto, mas com a prática, no empenho cotidiano, nos âmbitos onde nos toca viver e trabalhar e nos quais cada um tem que lutar para conseguir mudanças positivas.

    É necessário um salto de consciência, uma mudança da época, conceber a nós mesmos e ao mundo que nos circunda como uma estrutura única, uma rede invisível que nos une.

    Uma rede invisível que une quem vive, quem nos precedeu e quem teve a coragem de abrir o caminho e a paciência para esperar-nos neste cruzamento da história.

    Estamos no ponto de iniciar a cumprida Marcha pela Paz e a Não-violência!

    Tu e eu atravessaremos o Mundo com uma mensagem de Nova humanidade.
    Tu e eu atravessaremos este mar, com os navios construídos com tenacidade e intencionalidade.
    Tu e eu atravessaremos descalços as frias cadeias montanhosas para nos acharmos nas acolhedoras Cidades dos Construtores de Paz.
    Tu e eu iluminaremos esta infinita noite da Pré-história Humana, com as tochas da paciência e as fogueiras da coragem, em espera do alvorecer de uma verdadeira, nova História Humana.
    Já muitos estão esperando-nos: Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Henry David Thoreau, Leão Tolstoy, Albert Einstein, Betty Williams e Mairead Corrigan, Patrice Lumumba, Nelson Mandela, Aung San Suu Kyi, Rigoberta Menchú...

    E muitos outros estão alcançando-nos com suas bandeiras de Esperança, movidas pelo suave alento da Liberdade.

    E como me disse Silo faz pouco tempo: "Não temas. Ama a realidade que constróis e nem sequer a morte deterá teu vôo".