terça-feira, 16 de junho de 2009

Adeus, General Motors



por Michael Moore







Escrevo na manhã que marca o fim da toda-poderosa General Motors. Quando chegar a noite, o Presidente dos Estados Unidos terá oficializado o ato: a General Motors, como conhecemos, terá chegado ao fim.


Estou sentado aqui na cidade natal da GM, em Flint, Michigan, rodeado por amigos e familiares cheios de ansiedade a respeito do futuro da GM e da cidade. 40% das casas e estabelecimentos comerciais estão abandonados por aqui. Imagine o que seria se você vivesse em uma cidade onde uma a cada duas casas estão vazias. Como você se sentiria?


É com triste ironia que a empresa que inventou a "obsolescência programada" – a decisão de construir carros que se destroem em poucos anos, assim o consumidor tem que comprar outro – tenha se tornado ela mesma obsoleta. Ela se recusou a construir os carros que o público queria, com baixo consumo de combustível, confortáveis e seguros. Ah, e que não caíssem aos pedaços depois de dois anos. A GM lutou aguerridamente contra todas as formas de regulação ambiental e de segurança. Seus executivos arrogantemente ignoraram os "inferiores" carros japoneses e alemães, carros que poderiam se tornar um padrão para os compradores de automóveis. A GM ainda lutou contra o trabalho sindicalizado, demitindo milhares de empregados apenas para "melhorar" sua produtividade a curto prazo.


No começo da década de 80, quando a GM estava obtendo lucros recordes, milhares de postos de trabalho foram movidos para o México e outros países, destruindo as vidas de dezenas de milhares de trabalhadores americanos. A estupidez dessa política foi que, ao eliminar a renda de tantas famílias americanas, eles eliminaram também uma parte dos compradores de carros. A História irá registrar esse momento da mesma maneira que registrou a Linha Maginot francesa, ou o envenenamento do sistema de abastecimento de água dos antigos romanos, que colocaram chumbo em seus aquedutos.


Pois estamos aqui no leito de morte da General Motors. O corpo ainda não está frio e eu (ouso dizer) estou adorando. Não se trata do prazer da vingança contra uma corporação que destruiu a minha cidade natal, trazendo miséria, desestruturação familiar, debilitação física e mental, alcoolismo e dependência por drogas para as pessoas que cresceram junto comigo. Também não sinto prazer sabendo que mais de 21 mil trabalhadores da GM serão informados que eles também perderam o emprego.


Mas você, eu e o resto dos EUA somos donos de uma montadora de carros! Eu sei, eu sei – quem no planeta Terra quer ser dono de uma empresa de carros? Quem entre nós quer ver 50 bilhões de dólares de impostos jogados no ralo para tentar salvar a GM? Vamos ser claros a respeito disso: a única forma de salvar a GM é matar a GM. Salvar a preciosa infra-estrutura industrial, no entanto, é outra conversa e deve ser prioridade máxima.


Se permitirmos o fechamento das fábricas, perceberemos que elas poderiam ter sido responsáveis pela construção dos sistemas de energia alternativos que hoje tanto precisamos. E quando nos dermos conta que a melhor forma de nos transportarmos é sobre bondes, trens-bala e ônibus limpos, como faremos para reconstruir essa infra-estrutura se deixamos morrer toda a nossa capacidade industrial e a mão-de-obra especializada?


Já que a GM será "reorganizada" pelo governo federal e pela corte de falências, aqui vai uma sugestão ao Presidente Obama, para o bem dos trabalhadores, da GM, das comunidades e da nação. 20 anos atrás eu fiz o filme "Roger & Eu", onde tentava alertar as pessoas sobre o futuro da GM. Se as estruturas de poder e os comentaristas políticos tivessem ouvido, talvez boa parte do que está acontecendo agora pudesse ter sido evitada. Baseado nesse histórico, solicito que a seguinte ideia seja considerada:


1. Assim como o Presidente Roosevelt fez depois do ataque a Pearl Harbor, o Presidente (Obama) deve dizer à nação que estamos em guerra e que devemos imediatamente converter nossas fábricas de carros em indústrias de transporte coletivo e veículos que usem energia alternativa. Em 1942, depois de alguns meses, a GM interrompeu sua produção de automóveis e adaptou suas linhas de montagem para construir aviões, tanques e metralhadoras. Esta conversão não levou muito tempo. Todos apoiaram. E os nazistas foram derrotados.


Estamos agora em um tipo diferente de guerra – uma guerra que nós travamos contra o ecossistema, conduzida pelos nossos líderes corporativos. Essa guerra tem duas frentes. Uma está em Detroit. Os produtos das fábricas da GM, Ford e Chrysler constituem hoje uma das maiores armas de destruição em massa, responsável pelas mudanças climáticas e pelo derretimento da calota polar.


As coisas que chamamos de "carros" podem ser divertidas de dirigir, mas se assemelham a adagas espetadas no coração da Mãe Natureza. Continuar a construir essas "coisas" irá levar à ruína a nossa espécie e boa parte do planeta.


A outra frente desta guerra está sendo bancada pela indústria do petróleo contra você e eu. Eles estão comprometidos a extrair todo o petróleo localizado debaixo da terra. Eles sabem que estão "chupando até o caroço". E como os madeireiros que ficaram milionários no começo do século 20, eles não estão nem aí para as futuras gerações.
Os barões do petróleo não estão contando ao público o que sabem ser verdade: que temos apenas mais algumas décadas de petróleo no planeta. À medida que esse dia se aproxima, é bom estar preparado para o surgimento de pessoas dispostas a matar e serem mortas por um litro de gasolina.


Agora que o Presidente Obama tem o controle da GM, deve imediatamente converter suas fábricas para novos e necessários usos.


2. Não coloque mais US$30 bilhões nos cofres da GM para que ela continue a fabricar carros. Em vez disso, use este dinheiro para manter a força de trabalho empregada, assim eles poderão começar a construir os meios de transporte do século XXI.


3. Anuncie que teremos trens-bala cruzando o país em cinco anos. O Japão está celebrando o 45o aniversário do seu primeiro trem bala este ano. Agora eles já têm dezenas. A velocidade média: 265km/h. Média de atrasos nos trens: 30 segundos. Eles já têm esses trens há quase 5 décadas e nós não temos sequer um! O fato de já existir tecnologia capaz de nos transportar de Nova Iorque até Los Angeles em 17 horas de trem e que esta tecnologia não tenha sido usada é algo criminoso. Vamos contratar os desempregados para construir linhas de trem por todo o país. De Chicago até Detroit em menos de 2 horas. De Miami a Washington em menos de 7 horas. Denver a Dallas em 5h30. Isso pode ser feito agora.


4. Comece um programa para instalar linhas de bondes (veículos leves sobre trilhos) em todas as nossas cidades de tamanho médio. Construa esses trens nas fábricas da GM. E contrate mão-de-obra local para instalar e manter esse sistema funcionando.


5. Para as pessoas nas áreas rurais não servidas pelas linhas de bonde, faça com que as fábricas da GM construam ônibus energeticamente eficientes e limpos.


6. Por enquanto, algumas destas fábricas podem produzir carros híbridos ou elétricos (e suas baterias). Levará algum tempo para que as pessoas se acostumem às novas formas de se transportar, então se ainda teremos automóveis, que eles sejam melhores do que os atuais. Podemos começar a construir tudo isso nos próximos meses (não acredite em quem lhe disser que a adaptação das fábricas levará alguns anos – isso não é verdade)


7. Transforme algumas das fábricas abandonadas da GM em espaços para moinhos de vento, painéis solares e outras formas de energia alternativa. Precisamos de milhares de painéis solares imediatamente. E temos mão-de-obra capacitada a construí-los.


8. Dê incentivos fiscais àqueles que usem carros híbridos, ônibus ou trens. Também incentive os que convertem suas casas para usar energia alternativa.


9. Para ajudar a financiar este projeto, coloque US$ 2,00 de imposto em cada galão de gasolina. Isso irá fazer com que mais e mais pessoas convertam seus carros para modelos mais econômicos ou passem a usar as novas linhas de bondes que os antigos fabricantes de automóveis irão construir.


Bom, esse é um começo. Mas por favor, não salve a General Motors, já que uma versão reduzida da companhia não fará nada a não ser construir mais Chevys ou Cadillacs. Isso não é uma solução de longo prazo.


Cem anos atrás, os fundadores da General Motors convenceram o mundo a desistir dos cavalos e carroças por uma nova forma de locomoção. Agora é hora de dizermos adeus ao motor a combustão. Parece que ele nos serviu bem durante algum tempo. Nós aproveitamos restaurantes drive-thru. Nós fizemos sexo no banco da frente – e no de trás também. Nós assistimos filmes em cinemas drive-in, fomos à corridas de Nascar ao redor do país e vimos o Oceano Pacífico pela primeira vez através da janela de um carro na Highway 1. E agora isso chegou ao fim. É um novo dia e um novo século. O Presidente – e os sindicatos dos trabalhadores da indústria automobilística – devem aproveitar esse momento para fazer uma bela limonada com este limão amargo e triste.


Ontem, a último sobrevivente do Titanic morreu. Ela escapou da morte certa naquela noite e viveu por mais 97 anos.
Nós podemos sobreviver ao nosso Titanic em todas as "Flint – Michigans" deste país. 60% da General Motors é nossa. E eu acho que nós podemos fazer um trabalho melhor.

Michael Moore



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Video Inauguracion Parque Carcarañá


link del video que emitió el Canal 4 de Totoras (ciudad proxima) sobre la inauguración del Parque Carcarañá del 24 de Mayo.
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CAMPANHA CONTRA O PREÇO DO PEDÁGIO DE INDAIATUBA

Segue em anexo convite da organização da acampanha
 
Assembléia Popular de salto


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Rumo às mobilizações e lutas sociais

 

Editorial do Jornal Sem Terra, ed. 293 junho/2009

10/06/2009

O APROFUNDAMENTO da crise com suas mais variadas consequências — como o corte de verbas no orçamento das pastas sociais; a queda da produção industrial,agrí cola e do crescimento econômico; e principalmente o aumento da taxa de desemprego com notícias diárias de demissões em massa pelas grandes empresas — já seria motivo mais que suficiente para uma reação contundente da classe trabalhadora em nosso país. Entretanto, o que vemos ainda é um país em estado de dormência, que somente agora, com os ventos da crise, começa a dar sinais que pode acordar da anestesia da chamada "longa noite neoliberal".

Aos poucos, o efeito em cadeia da crise, que no início era sentida somente por alguns setores, começa a atingir toda população, que vê dia após dia sua sobrevivência sendo ameaçada e seus direitos atacados sistematicamente. Nem mesmo a massiva propaganda do governo, que diariamente tenta passar a idéia de que tudo está sob controle e que não há motivo para mudanças profundas e estruturais, será suficiente para conter a verdade dos fatos que estão nas ruas, nas fábricas, nos campos e nas casas de cada um de nós brasileiros e brasileiras.

A receita e o modus operandi que são anunciados a quatro ventos pela burguesia e pelos poderosos para a saída da crise é a revigoração do capitalismo, ainda mais explorador e excludente, que esultaria, sem dúvida, numa verdadeira barbárie para as amplas massas empobrecidas. Ou seja, é mais do mesmo. É mais destruição dos recursos naturais, do meio ambiente, com alterações climáticas graves, afetando as condições de vida de bilhões de pessoas que hoje vivem, sobretudo, nas grandes cidades.

Não fomos nós que produzimos essa crise, também não podemos nem devemos pagar por ela. No entanto, sabemos que o cenário ainda nos é desfavorável, com ampla hegemonia do capital. O que nos vai exigir, como militantes sociais, como dirigentes nas instâncias coletivas de nosso Movimento e nas mais diferentes formas de organização popular, concentrar nossas energias para levar o debate para o povo, estimular a organização e a consciência e, sobretudo, potencializar a luta social para defender os direitos e impedir que a crise se abata sobre a classe trabalhadora.

Em janeiro desse ano, participamos no Fórum Social Mundial em Belém, de um amplo debate sobre as causas e as possíveis conseqüências da crise a nível mundial e em nossos países. Aprovamos, neste debate, um calendário de mobilizações unitárias em todo mundo. A primeira atividade desse sentido ocorreu no dia 30 de março, onde aconteceram mobilizações em vários países. No Brasil, mais de 130 mil trabalhadores participaram dos atos contra a crise em vários estados, onde apresentamos à sociedade nosso programa contra a crise. O primeiro passo já foi dado, agora é preciso ir ampliando e consolidando a unidade na ação.

Nesse sentido, companheiros e companheiras, temos de nos empenhar nos nossos estados, nas regionais, nos municípios onde temos base organizada, para construir um amplo campo de alianças com a participação dos movimentos sociais, pastorais sociais, organizações sindicais e estudantis, com o intuito de construir uma grande jornada de mobilização nacional.

A sugestão que está sendo construída é de se fazer uma grande mobilização na semana de 10 a 14 de agosto, com paralisação nacional no dia 14. Para este período também será construída a mobilização da juventude e do movimento estudantil. Portanto, que em cada espaço de nossa militância, atividades sejam pensadas e construídas em conjunto com outros setores da sociedade.




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Reunião Pró-conferência de Comunicação nesta quarta-feira às 19h



Convite

Reunião geral da Comissão Paulista

Pró-Conferência de Comunicação

Dia: 17 de junho, às 19h
Local:
Rua Japurá, 43 (escritório do Carlos Neder – em frente à Câmara Municipal)

Pauta:
- decisões acerca da Plenária das Comissões Estaduais realizada em Brasília
- caravana da comunicação
- curso de formação para formadores
- plano de comunicação

- captação de recursos

O convite é aberto a todas as organizações da sociedade civil e movimentos populares. PARTICIPE!

Mais informações:
www.proconferenciasp.org